Supervisão
Como alguém se torna psicanalista? Essa é uma questão muito importante na nossa área já que não existe uma graduação ou um curso de especialização que habilite alguém a praticar a psicanálise. Foi justamente pensando sobre a transmissão da teoria freudiana e a formação do psicanalista que surgiu, em 1910, a Associação Psicanalítica Internacional (IPA – Internacional Psychoanalytic Association).
Autorizar-se psicanalista passa por uma questão ética e não burocrática. Aliás, as discordâncias em relação a formação do analista estavam no centro do que levou Jacques Lacan a romper com a IPA na década de 60 e propor um retorno as bases do pensamento freudiano.
Fato é que, desde Freud e até hoje independentemente da linha psicanalítica e salvaguardo as diferenças quanto a formação, continuamos sustentando que há algo básico a qualquer formação analítica: o “tripé” (como se referiu Freud) formado por análise pessoal, supervisão e estudo teórico.
A supervisão é o momento em que o analista (e os profissionais que estão em formação ainda que não se denominem ainda dessa forma) busca um colega, de preferência mais experiente que ele, para discutir um caso e pensar a direção do tratamento dos seus pacientes. Em geral, as supervisões são feitas mais seguidamente quando dos anos iniciais da prática clínica. No entanto, mesmo os profissionais mais experientes mantem essa prática, buscando um colega com o qual tenham transferência de trabalho, sempre que um caso o desafia e há o desejo de compartilhá-lo e assim buscar a forma adequada de intervir.
Há alguns anos venho trabalhando como supervisora clínica. Atuo tanto de forma individual quanto em grupo, escutando colegas que trabalham na prática privada e pública nos mais diferentes contextos. Os atendimentos são feitos presencialmente no consultório em João Pessoa ou de forma online.